segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Milhares de cristãos são perseguidos no mundo, mas a Mídia não fala à respeito", diz diretor da AIS


Cidade do Vaticano (RV) – Entre os temas que caracterizaram o Encontro de Rimini, está o da liberdade religiosa. Segundo o diretor na Itália da ‘Ajuda à Igreja que sofre’, Massimo Ilardo, a sensibilização sobre esta questão está melhorando. A Rádio Vaticano entrevistou-o, pedindo antes de tudo que fizesse uma reflexão sobre os 200 milhões de cristão que sofrem algum tipo de perseguição:

R: “O relatório que apresentamos revelou que em uma população mundial de 6,8 bilhões de pessoas, 5 não desfrutam de liberdade religiosa. Isto é um problema: na prática, 70% da população mundial sofre por este motivo. Mas parece um problema fácil de ser resolvido, assim, talvez não se fala o suficiente a respeito disto. Assim, imaginamos proporcionalmente, quanto os cristãos têm dificuldades em expressar a sua fé. Quando apresentamos o relatório, dissemos que 75% dos crimes com motivação religiosa são cometidos contra os cristãos. E isto diz muito sobre o fato de quanto a religião cristã seja perseguida. Depois, você falava dos 200 milhões; é claro que não é mais um discurso que possa ser negligenciado, mas, na prática, a Mass Mídia tem negligenciado”.

RV: Mas isto quer dizer que a nível internacional existe uma escassa sensibilização sobre tema deste tipo: refiro-me às grandes instituições internacionais…

R: “Não podemos dizer isto, porque nos últimos anos, sobretudo graças à Bento XVI, houve uma grande sensibilização sobre este tema. Nos anos passados, o discurso limitava-se a uma elite intelectual. Hoje, no entanto – e me orgulho muito disto –especialmente na Itália, este discurso está entrando nas casas de maneira muita mais simples, isto é, o cidadão comum se pergunta:qual é o preço em ser cristão no Paquistão e o ser na Itália?”.


RV: Mas custa alguma coisa ser cristão na Itália?


R: “Custa também na Itália. Se em alguns países chega-se a uma perseguição até o martírio, na Itália provavelmente existem outros tipos de martírio muito mais velados, como afirmou aqui em Rímini o Cardeal Tauran. São escondidos e em alguns momentos nos fazem negar a nossa fé. No nosso país o cristão se pergunta: mas eu, que lugar ocupo na igreja? São só cristão de domingo ou são com coerência – alguém que testemunha no local de trabalho, tendo que pagar, talvez, com a renúncia a uma pare da carreira Porque ser cristão é um pouco incômodo”. (JE)

Fonte: Vatican.News