Diante de certas confusões a respeito dos graus do Sacramento da
Ordem, vejamos, o que diz a fé católica e apostólica sobre esse sacramento. Primeiramente,
um dado importante: ele possui três graus! O Catecismo da Igreja Católica
ensina assim: “O
ministério eclesiástico de instituição divina é exercitado em diversas ordens
por aqueles que desde a Antiguidade são chamados epíscopos, presbíteros e
diáconos” (n. 1554).
O primeiro grau é o episcopado. A palavra epíscopo, em
grego, quer dizer “supervisor”. Trata-se do grau mais importante, grau
primordial, do qual procedem os outros dois: “Entre os vários ministérios que desde os primeiros
tempos são exercitados na Igreja, segundo o testemunho da Tradição, ocupa o
primeiro lugar o ofício daqueles que, contituídos no episcopado, pela sucessão
que remota às origens, possuem a herança da raiz apostólica” (Catecismo, n.
1555). O
Bispo, na sua Igreja particular, isto é, na sua diocese, é verdadeiro vigário
(representante) de Cristo e sucessor dos apóstolos; ele tem a plenitude do
sacramento da Ordem. Na Igreja ele exerce em plenitude neste mundo o pastoreio
de Cristo como sacerdote (é ele o primeiro presidente da Eucaristia e dos
demais sacramentos, ele é quem disciplina a prática sacramental de sua Igreja,
ele é quem envia os presbíteros como seus colaboradores, ele é o primeiro
responsável pela oração da Igreja), como profeta (é o Bispo o primeiro responsável
pela pregação do Evangelho e pela conservação da integridade da fé católica e
apostólica, é ele o primeiro evangelizador. Daí na igreja mãe da diocese estar
a cadeira, a cátedra do Bispo, que indica que ele é mestre do Evangelho. Da
cátedra vem o nome “catedral” – a Igreja na qual está a cadeira episcopal!),
como rei, isto é como ministro do Cristo pastor (é o Bispo o guia principal da
Igreja, a autoridade maior. Em nome de Cristo ele dirige e apascenta o rebanho
e nada deve ser feito contra a sua vontade. Cabe a ele discernir e coordenar os
diversos ministérios e as diversas atividades diocesanas). Por tudo isso, o
episcopado é o primeiro grau da Ordem, a fonte de todos os outros graus!
O
segundo grau é o Presbiterato. Em grego, presbítero
significa “ancião”. Os presbíteros são conhecidos popularmente como “padres”,
que significa “pai”. Eles são ordenados pelo Bispo para auxiliá-lo no pastoreio
da Diocese. Participam das funções sacerdotal, profética e real do Bispo,
sempre em comunhão com ele e na dependência dele e em comunhão com os outros
presbíteros. Assim, a Igreja diocesana é pastorada pelo Bispo com seu
presbitério. Nunca o Bispo sozinho; nunca os presbíteros sem o Bispo! Em geral
os presbíteros exercem suas funções numa paróquia, mas podem trabalhar em
outras atividades, de acordo com o parecer do Bispo.
O
terceiro grau é o diaconato. Em grego, diácono significa “servidor”.
Os diáconos são auxiliares do Bispo e, por determinação deste, auxiliam aos
presbíteros. Neste terceiro grau há uma coisa importante: os diáconos não têm a
função sacerdotal... por isso mesmo não podem presidir à Eucaristia, nem
administrar a Confirmação ou a Penitência nem a Unção dos Enfermos. É um
ministério mais voltado para o serviço da pregação e da caridade fraterna.
Então, enquanto no sacramento da Ordem há três graus, somente dois
deles, o primeiro e o segundo, são sacerdotais!
Mons.
Marcos A. Ramalho Leite
OBS: essa
foi sempre a minha posição, agora confirmada por estudo realizado nos
documentos acima elencados e com a colaboração de Dom Henrique Soares da Costa, Bispo
Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju, cujo texto reproduzi, em parte (cf. www.domhenrique.com.br- o sacramento da ordem).