sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O motor do mundo

Uma comunidade de vida fundada no matrimónio; um lugar no qual «se aprende a amar» e no qual nos ocupamos de crianças e idosos, «os dois pólos da vida»; um «motor do mundo e da história» real e concreto. Este é o «ícone» da família proposto pelo Papa Francisco durante a audiência desta manhã, sexta-feira 25 de Outubro, aos participantes na plenária do Pontifício Conselho para a Família.
E precisamente tendo diante dos olhos esta imagem, o Pontífice recomendou mais uma vez que nos aproximemos «com atenção e afecto das famílias em dificuldade, das que são obrigadas a deixar a sua terra, que são fragmentadas, que não têm casa ou trabalho, ou sofrem por tantos  motivos; aos cônjuges em crise e aos que já estão separados. Queremos estar próximos de todos».
É sem dúvida um horizonte muito amplo o que o Santo Padre abriu sobre a família. Nele, observou, é possível descobrir todas as dimensões que dizem respeito à pessoa humana, desde o nome que recebemos, à dignidade pessoal que pertence a cada indivíduo, de modo especial ao doente, frágil, marginalizado». Motivos válidos para legitimar o pedido de que seja  reconhecida precisamente como «comunidade-família» sobretudo numa época como a actual, na qual parece prevalecer «a tutela dos direitos individuais».
E este horizonte abrange a fidelidade matrimonial, que leva a superar «diversos pontos de vista, ciúmes» e até contendas; mas sobretudo abrange a relação extraordinária entre a infância e a velhice, os dois pólos da vida, «os mais vulneráveis, muitas vezes esquecidos».
Mas se é importante «”perder tempo” com os filhos, brincar com os filhos», disse o Santo Padre, é de igual modo importante não esquecer os  idosos: «Uma sociedade que abandona as crianças – acrescentou o Pontífice – e que marginaliza os idosos corta as suas raízes e obscurece o seu futuro», porque «os jovens levarão em frente aquela sociedade com a sua força».
Por fim o Pontífice falou sobre a exemplaridade das famílias cristãs que «se reconhecem – disse – pela fidelidade, paciência, abertura à vida, respeito pelos idosos». O segredo «é a presença de Jesus na família». E é precisamente esta presença que deve induzir a propor a todos «com respeito e coragem, a beleza do matrimónio e da família iluminados pelo Evangelho». A «boa nova» da família é e permanece «uma parte muito importante da evangelização».